A Matemática No ENEM - por Fábio Calvetti

01/10/2011 15:42

É só fazer algumas contas rápidas para perceber que a importância de Matemática no ENEM multiplicou em sua nova edição. Se antes a prova continha de 10 a 12 questões sobre o tema, agora são 45 enunciados.

Ou seja, um quarto da avaliação será pura matemática. Adicione também o conteúdo do Ensino Médio – que antes não era abordado no exame – e o resultado será o novo ENEM.

“Os conceitos envolvidos no antigo ENEM eram quase que exclusivamente conceitos da Matemática do Ensino Fundamental, apenas as questões de probabilidade fugiam dessa regra”, afirma Harold Zold, professor de Matemática do colégio Vértice, em São Paulo.

Agora os principais temas do Ensino Médio estarão na prova. No entanto, como o ENEM busca sempre contextualizar os enunciados, Zold acredita que assuntos como trigonometria avançada, números complexos, determinantes e questões de geometria analítica que envolvam fórmulas poderão ficar de fora. “São assuntos praticamente impossíveis de serem contextualizados quando explorados em toda a sua profundidade”, diz o professor.

O QUE DEVE CAIR ?


Regras de três, teorema de Pitágoras e questões em que basta ter noção de probabilidade, além de outros assuntos bem conhecidos, certamente estarão na prova. Mas não é só isso.

Situações reais também estarão no exame. Neste quesito, segundo Zold, o aluno pode esperar perguntas envolvendo frações, escalas, proporções, além dos famosos problemas de porcentagem e juros.

“Claro que problemas de juros podem precisar de alguma ‘fórmula’, mas isso depende do problema. Situações em que a taxa de juros é aplicada duas ou até três vezes são perfeitamente possíveis de serem resolvidas utilizando apenas os conceitos”, afirma Zold, que ressalta a importância de possuir noções de logaritmo para resolver alguns problemas de juros.

Em geometria, poderá haver questões sobre semelhança de figuras, principalmente triângulos, áreas de figuras planas e volume de sólidos geométricos. Quanto à trigonometria do ângulo agudo, poderão surgir situações concretas de topografia e geografia. “Mas apenas situações que envolvem o triângulo retângulo”, afirma Zold. Portanto, vale a pena saber como usar seno, cosseno e tangente.

Outro tema comum de contextualizar e que pode aparecer no ENEM é estatística. O professor do Vértice aposta na forma de média aritmética, com os dados sendo apresentados em tabelas ou gráficos. “É um bom momento para se avaliar a capacidade do aluno de ler e interpretar gráficos e tabelas”, afirma.

Por último, funções de primeiro e segundo graus também deverão cair na prova. “São perfeitamente possíveis de serem contextualizadas, há inúmeras situações do cotidiano em que se aplicam essas funções. O conhecimento delas é importante, até mesmo o conhecimento dos respectivos gráficos (reta e parábola)”, diz Zold.
 
FICOU EM DÚVIDA? CHUTE !

 

O ENEM  possui um sistema antichute baseado na TRI (Teoria da Resposta ao Item). Com base nesse sistema, é possível, teoricamente, localizar melhor os “chutes” dos alunos, baseando-se no desempenho deles três grupos de questões: fáceis, médias ou difíceis. A TRI checa se há coerência nas respostas ou se o candidato simplesmente escolheu uma alternativa aleatoriamente. O Ministério da Educação promete dar uma pontuação inferior a quem for identificado chutando.

No entanto, para o coordenador de vestibular do Anglo, Alberto Francisco do Nascimento, ainda é melhor tentar acertar a pergunta do que deixá-la em branco. “O aluno deve prestar atenção e descartar as alternativas que parecerem menos possíveis, as com menos chances de estarem certas, até ficar entre duas ou três e escolher uma delas”, afirma Nascimento.

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